O telemóvel enraizou-se nas rotinas quotidianas do mundo ocidental e o nosso país não é excepção. Usa-e e abusa-se desta tecnologia. Além das alterações sociais que impuseram à generalidade das pessoas, que muitas vezes, de forma absurda, quando se esquecem do telemóvel ou ficam inesperadamente sem bateria, entram num estado de angústia e ansiedade estranho, como se "tivessem perdido uma perna" ou outra parte do corpo. O telemóvel tornou-se para muitos um apêndice corporal. Esta utilização abusiva e, que cada vez mais, surge em idades precoces, levou à necessidade de se legislar e proibir a utilização dos telemóveis e outros dispositivos electrónicos nas escolas. O uso ilícito, com a captação de imagens e sons difundidos na Internet, foi um dos motivos subjacentes a esta decisão. Mas esta medida torna-se insuficiente e nem sempre fácil de controlar e de colocar em prática. Só surtirá o efeito desejado, quando conciliada com uma mudança de fundo na mentalidade e hábitos sociais, que não surgirá de repente, como se de "um aguaceiro vindo do céu se tratasse". Terá de ser construída individualmente, com as tomadas de posição e actos de cada um.
Para a tão desejada mudança de hábitos sociais, talvez os recentes dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que substanciam aquilo que na verdade, "todos desconfiávamos" mas preferíamos ignorar, venham dar um importante contributo. A OMS classificou a radiação dos telemóveis como possivelmente cancerígena. Esta conclusão baseia-se numa avaliação conduzida pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, nas sigla em inglês), uma organização da OMS que se dedica a classificar diferentes substâncias, de químicos a alimentos, conforme o seu risco de provocar cancro. A classificação de “possível cancerígeno” é a terceira mais afirmativa da escala da IARC.
Há evidências “limitadas” de uma relação entre a radiação emitida pelo telemóveis e dois tipos de cancro: o glioma, que se desenvolve a partir de células do sistema nervoso chamadas células da glia, que é maligno, e outro cancro que se desenvolve a partir dos nervos acústicos – o neuroma acústico.
O uso intensivo deste aparelhos, sugere então, um acréscimo significativo na probabilidade do surgimento destas patologias. O uso de telemóveis por crianças potencia ainda mais este risco e deve, ao máximo, ser evitado.
DESLIGUEMOS A NOSSA OBSESSÃO PELO TELEMÓVEL!
- http://www.iarc.fr/en/media-centre/pr/2011/pdfs/pr208_E.pdf
- http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/oms-classifica-radiacao-dos-telemoveis-como-possivelmente-cancerigena_1496873
- http://www.ionline.pt/conteudo/127615-telemoveis-oms-aconselha-kits-maos-livres-e-sms
- http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1866553
- http://www.asnoticiasdodia.com/nacional/71247/conclusoes-de-estudo-sobre-telemoveis-e-cancro-nao-sao-novas
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