A violência escolar é uma realidade que não podemos camuflar. Ela existe em todas as escolas, em maior ou em menor grau e temos de enfrentá-la. No nosso agrupamento também existe e todos fazemos um esforço e desenvolvemos estratégias para contrariar esta situação. O sucesso de qualquer medida implementada depende, obviamente, do empenho e seriedade com que todas as partes encaram o problema, nomeadamente, a escola, o aluno e a família. O Projeto Escola Saudável do Agrupamento de Escolas do Concelho de Campo Maior (PES) também tem esta missão e encara-a com afinco.
Nas recentes reuniões que os diretores de turma realizaram com os respetivos encarregados de educação dos seus alunos, foram analisados de forma detalhada os dados estatísticos da indisciplina ao nível de todo o agrupamento ao longo deste ano letivo, o que possibilitou alguma reflexão e uma noção mais realista e mensurável da situação atual. Estes dados foram disponibilizados pela Equipa Promotora da Disciplina que existe no Agrupamento.
O Relatório Anual de 2010 do Sistema de Segurança Interna, elaborado a partir dos dados adquiridos no Programa Escola Segura, revela que no Ano letivo 2009/2010 registaram-se 4713 ocorrências em contexto escolar em todo o território nacional: 33 em cada 100 ocorrências consistiram em ofensas à integridade física; 27 em furtos, 11 em injúrias e ameaças, sete em situações de roubo e aproximadamente três em ofensas sexuais.
Perante os dados nacionais, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) desenvolveu uma campanha especialmente dirigida a crianças e jovens.
A campanha chama-se “Corta com a Violência: quem não te respeita não te merece”. O objectivo desta campanha é sensibilizar, em particular os mais jovens, para algumas formas de violência que têm lugar no contexto escola, designadamente o bullying, a violência sexual e a violência no namoro, através de uma abordagem preventiva e simples que não se limita a evidenciar factos mas que é promotora de uma atitude: Quem não me respeita não me merece.
Por outro lado, procurou-se chamar a atenção para formas de violência mais subtis e frequentemente menos valorizadas, não apenas pelos jovens mas também pela comunidade em geral: o gozo, a humilhação e intimidação, os comentários e toques de natureza sexual e as atitudes controladoras nos relacionamentos de namoro. Ainda que usualmente menos graves em termos de impacto físico, sabemos que a utilização e tolerância a estes comportamentos podem preceder a ocorrência de actos de violência mais graves.
A APAV, através da sua rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua rede de voluntariado, tem procurado dar visibilidade à violência exercida contra as crianças e os jovens através da sua acção junto dos alunos no seio da comunidade escolar, alertando para as diferentes formas de violência e para a importância de denunciar e pedir ajuda.
Corta com a Violência:
quem não te respeita não te merece!
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