In: http://saude.sapo.pt/artigos/mulher/ver.html?id=1050187
Papiloma Vírus Humano afecta uma em cada cinco mulheres em Portugal.
É um vírus silencioso, raramente dá sintomas e pode afectar qualquer mulher. Chama-se Papiloma Vírus Humano (HPV) e foi objecto de estudo, muito recentemente, com o objectivo de avaliar a prevalência global e estratificada por idades da infecção nas mulheres em Portugal e avaliar a prevalência da infecção por HPV segundo os resultados da citologia (normal e anormal) nessas mulheres. Conheça os dados do estudo Cleopatre e as melhores formas de prevenção das patologias provocadas por este vírus.
O primeiro estudo nacional epidemiológico transversal da infecção por HPV (Papiloma Vírus Humano), denominado Cleopatre, foi apresentado recentemente na Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), realizada na Curia. O estudo, coordenado cientificamente pelo Prof. Doutor Carlos Oliveira, veio demonstrar que a infecção por HPV é muito prevalecente no nosso país, uma vez que uma em cada cinco mulheres portuguesas já foi infectada por esse vírus. Este estudo, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, foi realizado durante cerca de um ano, entre Fevereiro de 2008 e Março de 2009, com a inclusão de mais de 2300 mulheres com idades entre os 18 e os 64 anos, em dez centros de investigação distribuídos pelas cinco regiões de saúde de Portugal Continental.
A prevalência global de HPV nas mulheres incluídas no estudo foi de 19,4%. Entre as mulheres HPV positivas, foi identificado um tipo de HPV de alto risco (tipo de HPV com risco de originar cancro) em 68% dos casos. O estudo confirma ainda que o tipo de vírus mais prevalecente é um tipo de HPV de alto risco, o HPV 16.
Observou-se que as mulheres entre os 20 e os 24 anos são as mais afectadas pelas infecções por HPV, sendo que a prevalência da infecção nesta faixa etária é de 28,8%. No entanto, o vírus mostrou infectar mulheres de todas as idades, mesmo as de grupos etários mais elevados, nomeadamente as mulheres entre os 40 e os 49 anos, com uma prevalência de cerca de 10%. Na opinião do Dr. Fernando Mota, secretário-geral da SPG (Sociedade Portuguesa de Ginecologia), assistente hospitalar dos Hospitais da Universidade de Coimbra e Professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, “estes números são bem conhecidos a nível europeu e mundial. São sobreponíveis aos que têm sido publicados para outras populações. No entanto, este estudo tem a grande vantagem de reflectir a realidade portuguesa que não era conhecida até à data”.
A nível internacional, tem sido demonstrado que a incidência da infecção por HPV atinge também sobretudo mulheres mais velhas. “Isto significa que a mesma não atinge apenas mulheres jovens mas ocorre também em mulheres até aos 65 anos de idade, o que tem implicações no que respeita às vacinas que se encontram no mercado, daí o alargamento do prazo da tetravalente dos 26 até aos 45 anos”, afirma Carlos Oliveira.
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